ZONA DE FRATURA DE VITÓRIA-TRINDADE NO OCEANO ATLÂNTICO SUDESTE E SUAS IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS
Abstract
A integração de dados geológicos e geofísicos permitiu um melhor entendimento da inter-relação entre estruturas oceânicas e continentais. Fenômenos tectônicos e magmáticos do Meso-Cenozóico do Sudeste Brasileiro podem ter sido condicionados pelo prolongamento das zonas de fratura oceânicas em direção à margem continental. O foco deste trabalho é a evolução da Zona de Fratura de Vitória-Trindade (ZFVT). A Zona de Fratura de Vitória-Trindade (ZFVT), localizada na latitude de 18°40'na Cordilheira Mesoatlântica (CMA), foi mapeada utilizando-se sísmica de reflexão, gravimetria e isócronas magnéticas. A ZFVT na CMA corresponde a um deslocamento axial em torno de 6 km, configurando uma descontinuidade de segunda ordem. O segmento assísmico da ZFVT é definido por uma depressão gravimétrica de direção E-W. Sua extensão para oeste corresponde à Cadeia Vitória-Trindade, representada por altos topográficos individualizados, que limitam desníveis crustais de mais de 400 m e províncias sedimentares de características e espessuras distintas. Esta região cortada pela intrusão de diques (alguns aflorando na superfície) esills, indica instabilidade tectônica com a movimentação de falhas e ocorrência de estruturas transpressivas (estruturas em flor), elevando toda a coluna sedimentar incluindo o assoalho oceânico. Estas observações sugerem reativações recentes da crosta oceânica com esforços alternantes, ora compressivos ora distensivos, associados a vulcanismos e falhamentos normais. Evidências geológicas e geofísicas, além do mapeamento do alinhamento de epicentros de terremotos, sugerem que o prolongamento da ZFVT está relacionado ao Alto de Vitória e ao tectonismo e magmatismo na porção emersa, representado pelo Lineamento Sismo-Magmático Alcalino Trindade-Paxoréu / Alto do Paranaíba. Propõe-se que a ZFVT atuou e continua atuando como conduto para o magmatismo da Pluma Mantélica de Trindade.
Keywords :Zona de Fratura; Oceano Atlântico Sudeste; Cordilheira Mesoatlântica; Cadeia Vitória-Trindade; Geotectônica; Vulcanismo.
ABSTRACT
The integration of geological and geophysical data allowed a better understanding of the inter-relation between the oceanic and continental structure. Tectonic and magmatic phenomena of the Meso-Cenozoic were probably related to the prolongation of oceanic fracture zones into the Brazilian Southeast continental margin. This work will focus on the behaviour of the Vitória-Trindade Fracture Zone (VTFZ). The Vitória-Trindade Fracture Zone (VTFZ), located at 18°40S in the Mid-Atlantic Ridge (MAR), was defined by seismic, gravity and magnetic isochrones. At the MAR axis the VTFZ corresponds to a second-order discontinuity, with a 6 km axial offset. Away from the ridge axis, potential field data shows a gravimetric depression in E-W direction, which represents the asseismic portion of the VTFZ. Towards the Brazilian Continental Margin there is a series of topographic highs defining the Vitória-Trindade Chain, which is divided into distinct sedimentary thickness and tectonic domains. This area is cut by sills and dikes, indicating tectonic instability, remobilization of faults and strike-slip tectonics which has uplifted the entire sedimentary column, including the oceanic bottom. All of these observations suggest recent oceanic crust reactivation with alternations of compressive and extensional stress associated with volcanism and normal faulting. Geological and geophysical studies, in addition to mapping the earthquakes epicenters, suggest that the continuation of the VTFZ that occurs onland is related to the Vitória High and to tectonic and volcanic activities, which are expressed by the Trindade-Paxoréu /Alto do Paranaíba Alkalic Magmatic and Seismic Lineaments. We propose that the VTFZ acts as a pathway for the magma generated by the Trindade Mantle Plume.
Keywords :Fracture Zone; Southeast Atlantic Ocean; Mid-Atlantic Ridge; Vitória-Trindade Chain; Geotectonics; Volcanism.
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a partir do v.37n.4 (2019) até o presente
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