Feições geomorfológicas indicativas de variações eustáticas e de exposição subaérea da plataforma continental sul fluminense durante o Pleistoceno Superior-Holoceno*

Antonio Tadeu dos Reis, Renata Moreira da Costa Maia, Cleverson Guizan Silva, Christian Gorini, Marina Rabineau, Eliane da Costa Alves, Josefa Varela Guerra, Isabel Cristina Vendrameto Peres Simões, Rodrigo Arantes-Oliveira

Abstract


ABSTRACT. The analysis of sparker monochannel seismic lines, coupled with a stratigraphic framework recently proposed for the study area, allowed us to put forward a new glacio-eustatic scenario and to reinterpret the origin of several seafloor features located along the 50, 100, 110, 130 and 150 m isobaths. Our seismic stratigraphic and geomorphological analyses revealed that a wide variety of depositional processes were involved in the formation of these features. Sea-floor features observed near 50 and 100 m water depths, previously interpreted as paleo-coastlines developed at periods of stillstand in the course of the Holocene Transgression, are reinterpreted as the inclined frontal clinoforms of prograding sedimentary prisms deposited during the maximum highstands from, respectively, the Holocene and the Late Pleistocene (marine isotopic substages 5e, 5c and 5a and isotopic stage 3). Also, the escarpments and associated basal flat surfaces located around the 130 and 110 m isobaths, previously interpreted as nearshore systems developed close to the glacial maximum and during stillstands of the last deglaciation, respectively ∼15 ky B.P. and ∼13 ky B.P., are reinterpreted, together with a scarp found near the 150 m isobaths, as erosional remnants sculpted under forced regressive conditions during the Wisconsin Regression and preserved as a succession of flat surfaces that become gradually deeper and younger towards the shelf break.

Keywords: continental shelf, marine geomorphology, forced regression, late Pleistocene, Holocene deposits.


RESUMO. A interpretação de perfis de sísmica de reflexão monocanal sparker, integrada ao arcabouço estratigráfico recentemente proposto para a plataforma continental fluminense, permitiu uma nova interpretação em outros contextos de oscilações glacioeustáticas para a formação das feições de fundo anteriormente reconhecidas ao longo das isóbatas de 50 m, 100 m, 110 m, 130 m e 150 m. As feições ao longo das isóbatas de 50 m e 100 m, anteriormente interpretadas como paleolinhas de costa desenvolvidas em posições de nível de mar estacionário durante a Transgressão Holocênica, foram reinterpretadas como faces frontais inclinadas de prismas sedimentares progradantes de nível de mar alto, respectivamente do Holoceno e do Pleistoceno Superior (subestágios isotópicos marinhos 5e, 5c e 5a e o estágio isotópico marinho 3). As escarpas e os patamares erosivos ao longo das isóbatas de 110 m e 130 m foram antes interpretados como sistemas costeiros praiais esculpidos durante o máximo glacial (escarpa a -130 m, a 15 ka) e durante níveis de mar estacionários da última deglaciação (escarpa a -110 m, a 13 ka). Neste trabalho estas feições, juntamente com o escarpamento a -150 m, foram reinterpretados como remanescentes erosivos formados em condições de regressão forçada em períodos de aceleração de queda ou de estabilização de nível eustático durante a Regressão Wisconsiniana, hoje preservados como feições sucessivamente mais profundas e jovens em direção à borda de plataforma.

Palavras-chave: plataforma continental, geomorfologia marinha, regressao forçada, Pleistoceno Superior, depósitos holocênicos.


*Esta é uma contribuição do grupo de estudos GEOMARGEM – Geologia e Oceanografia de Margens Continentais Passivas (http://www.geomargem.org)


Keywords


plataforma continental, geomorfologia marinha, regressao forçada, Pleistoceno Superior, depósitos holocênicos



DOI: http://dx.doi.org/10.22564/rbgf.v29i3.102







 

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