PLACERES MARINHOS
Abstract
Os principais placeres marinhos situam-se nas praias atuais, ou foram formados em decorrência dos eventos de oscilação do nível do mar que caracterizaram o período Quaternário, ora expondo grandes áreas da plataforma continental, ora afogando porções das planícies costeiras. Em razão destes eventos, os depósitos aluviais e coluviais, que contém importantes concentrações de minerais pesados, são afogados e permanecem preservados na plataforma continental, onde são retrabalhados pelas correntes costeiras e ondas, promovendo a re-concentração dos minerais mais densos, como a ilmenita, zircão, cassiterita, ouro e diamantes. As principais atividades de mineração de placeres marinhos concentram-se hoje na plataforma continental da Namíbia e África do Sul, onde se extrai o diamante e no sudeste da Ãsia, onde é explotada a cassiterita. Importantes extrações dos minerais ilmenita, zircão, rutilo e monazita, ocorrem na Austrália, Sri Lanka, Ãndia e também no Brasil, no litoral norte do Rio de Janeiro. Atividades importantes de extração de ouro ocorreram nas praias e plataforma continental do Alaska, encerrando-se na década de 90. A tecnologia envolvida na exploração de recursos minerais marinhos chega a ser altamente sofisticada, como observa-se na Namíbia e África do Sul, onde são empregados volumosos navios, com sondas rotativas especialmente desenvolvidas, robôs e tratores submarinos com possantes bombas de sucção, remotamente controlados, para extração do substrato cascalhoso onde ocorrem os diamantes, em lâminas d'água que atualmente já atingem 200 m de profundidade. O impacto ambiental decorrente das atividades de dragagem para explotação dos placeres marinhos é substancial na área de operação e deve ser constantemente monitorado e controlado por legislação eficaz e por órgãos ambientais e de fiscalização eficientes. Neste trabalho, apresentamos uma revisão dos principais conceitos sobre a gênese dos placeres marinhos, sobre as principais áreas de ocorrência e técnicas exploratórias mundiais e no Brasil e sobre os impactos ambientais decorrentes de sua extração.
Keywords :Plataforma Continental; Minerais Pesados.
Marine placers
Marine placers are located on present beaches or are related to the Quaternary sea level oscillatory events, which exposed large areas of the continental shelf or covered portions of the coastal plains. The transgressive sea level events drowned alluvial and colluvial deposits including important heavy minerals concentrations further reworked by current and wave action. This mechanism promoted the re-concentration of the denser minerals such as ilmenite, zircon, tin, gold and diamonds. The main exploration activities of marine placers are located on Namibian and South African continental shelves, for diamonds, and on the Southeast Asia, for tin. Important extraction of ilmenite, zircon, rutile and monazite sands occurs in Australia, Sri Lanka and India, as well as on the northern Rio de Janeiro State, Brazil. Gold extraction on beaches and on the continental shelf offshore Alaska ceased during the nineties. The technology involved on the exploitation of marine minerals can be highly sophisticated, as observed in Namibia and South Africa, employing massive ships, with specially designed rotation drills, submarine robots and track-mounted vehicles, equipped with powerful suction pumps, remotely controlled. These equipment are used to extract the gravel substrate containing the diamonds in water depths approaching 200 m. The associated environmental impact in dredged areas is substantial and must be constantly monitored and controlled by an efficient legislation and by the local environmental agencies and controlling organisms. This paper presents a review of the current knowledge about the origin of the marine placers, the main world's and Brazilian occurrences and exploration techniques and the principal environmental impacts associated with its exploitation.
Key words: Continental Shelf; Heavy Minerals.
Keywords
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a partir do v.37n.4 (2019) até o presente
v.15n.1 (1997) até v.37n.3 (2019)
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